03 mar Clonagem de linha de celular e WhatsApp
Por Lucas Gentil:
Hoje em dia nos deparamos cada vez mais com diversos golpes que são aplicados através da clonagem chip de operadoras de telefonia móvel e, a partir desta clonagem do chip, o fraudador inicia aplicativos como WhatsApp e se passa pela vítima.
Dessa forma, é possível obter inúmeras informações como os dados de e-mails, serviços bancários utilizados através do celular, permitindo ao invasor solicitar empréstimos a amigos ou sacar valores de suas contas.
Mas então, a operadora de telefonia móvel deve ser responsabilizada pela segurança do chip?
Recentemente, uma mulher que teve o WhatsApp clonado duas vezes, conseguiu decisão favorável no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que condenou a operadora Claro a indenizá-la em R$ 20.000,00 pelos danos causados, por considerar que houve falha na prestação de serviço.
Conforme consta nos autos, um fraudador invadiu seu aplicativo de mensagens, teve acesso ao seu histórico de conversas, se passou por ela e até pediu dinheiro emprestado para algumas pessoas. Procurando auxílio da operadora, foi orientada a adquirir outra linha telefônica para dificultar nova clonagem e, uma semana após a aquisição da nova linha, foi novamente clonada.
Além disso, a primeira linha clonada não foi desativada e os contatos da consumidora continuavam recebendo mensagens. A consumidora alegou não ter sido bem atendida pela Claro, reclamou da demora na solução do problema e no cancelamento das linhas.
Outras operadoras já foram responsabilizadas em casos parecidos, quando fraudadores, após realizar a clonagem da linha/chip, obtiveram acesso ao WhatsApp das vítimas e entraram em contato com pessoas próximas solicitando empréstimos e transferências bancárias.
A condenação abre um importante precedente para que vítimas sejam reparadas, considerando que é fato comprovado tecnicamente que o golpe é bem-sucedido diante de falha na prestação de serviço da operadora de telefonia móvel.
Processo nº 1105778-06.2018.8.26.0100
